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segunda-feira, 2 de junho de 2025

O Conto dos Espíritos

 


 ADQUIRA O LIVRO AQUI!

 Mais um livro publicado, dessa vez um conto, em que contei algumas histórias bem distintas umas das outras, mas com certa ligação entre elas.

    A capa é autoria de @funcionemarketing (Instagram)

quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

Resenha do romance espírita "Salomé", de Sandra Carneiro, pelo espírito Lucius




Primeiramente posso dizer que o livro é sensacional, a história é forte, que abordam temas contra violência à mulher, culturas de países, e como a mulher é um dos alicerces na vida.

Rafaela é uma jovem jornalista, que encontra no Afeganistão a jovem Laila, e depois de presenciar a cena bárbara contra mulher, ela se revolta. Acaba sendo vítima de agressão em um país totalmente dominado pelo homem e seus conceitos. Volta ao Brasil e totalmente avessa a qualquer religião e não acredita em Deus, porém suas crenças mudam, e sua fé se torna inabalável, depois da ajuda constante da espiritualidade.

O que se aprende com esse livro, é que nos mostra as dificuldades que as mulheres enfrentam, inclusive nos dias atuais. O livro ensina que termos que ter fé e Deus no coração. Pensamentos positivos e tentar a cada dia agregar mais o feminino em nossas vidas, trazendo leveza e suavidade. Perdoar a si mesmo por erros que achamos que cometemos e perdoar ao próximo com sinceridade. Também mostra que precisamos aprender a perdoar e colocar e nossos corações os ensinamentos do Mestre Jesus, pois somente assim estaremos mais preparados para lidar com nossas tarefas e aos nossos desígnios. Ajudando a si mesmo e ao seu próximo, pois que semea o bem só colhe o bem.

Uma leitura forte, com amplos ensinamento e que nos mostra que independente do sexo, para Deus somos seus filhos em igual.

domingo, 17 de setembro de 2023

Resenha do romance espírita "Getúlio Vargas em Dois Mundos", de Wanda A. Canutti, pelo espírito Eça de Queiroz



Getúlio Vargas em dois mundos é um bom livro para amantes de história e quem acredita na vida pós-morte. Ele é dividido em duas partes. Na primeira são relatados brevemente alguns fatos relevantes da história de vida de Getúlio Vargas. 

Na segunda, o espírito Eça de Queirós narra o retorno do ex-presidente ao plano espiritual. Como ele ficou angustiado e foi ajudado por dois espíritos a verem a sua vida na terra.

Na minha opinião, o livro pode ser melhor aproveitado por aqueles que possuem um conhecimento maior sobre a história de vida de Getúlio, não que seja um pré-requisito, mas acredito que isso tornaria a leitura do livro mais enriquecedora. 

Por fim, as experiências e eventos ocorridos no Plano Espiritual trazem luz sobre a ambição do ex-presidente pelo poder e regime ditatorial, além de elucidar bem o tratamento de um espírito que parte do plano terrestre após suicídio e que não se manteve fiel ao plano reencarnatório previamente estabelecido e se sente arrependido por não ter feito mais do que gostaria.


domingo, 20 de agosto de 2023

Resenha do romance espírita "Amor e Sacrifício", de Wanda A. Canutti, pelo espírito Eça de Queiroz


Obra que ensina a perdoar indistintamente o próximo e fazê-los crescer espiritualmente. 

Mesmo no sofrimento, a protagonista soube encontrar o valor da felicidade e perceber que seus problemas no convento não eram tão horríveis quanto pensava.

Graças a ajuda da alta espiritualidade, a personagem principal pôde retornar ao reino e ajudar sua família que passava por problemas sérios.

Leitura fluídica e com capítulos curtos, rápidos de serem lidos. 

Não é cansativo.

                                                      Fiz também uma resenha no Youtube.


domingo, 7 de maio de 2023

Os Nàgô e a Morte, de Juana Elbein dos Santos

 



Livro que requer um prévio conhecimento sobre os orixás, não necessariamente sobre as religiões de matrizes africanas. Mas se tiver, é melhor para não se perder nas palavras.
A linguagem é difícil e robuscada, porque foi tema de doutorado da autora, então justifica-se a densidade da obra.

Abaixo eu coloquei um resumo do que eu achei mais interessante.

I – INTRODUÇÃO
Se propõe a falar sobre a morte, instituições, mecanismos e rituais
A pesquisa está orientada a focalizar:
a) a nível fatual: inclui os componentes da realidade empírica, isto é, a descrição mais exata possível do acontecer ritual, de seus aspectos e elementos constitutivos.
b) o da revisão crítica: trata-se, nesse caso, da desmistificação de ideologias importadas ou superpostas.
c) o da interpretação: se elabora a perspectiva “ de dentro para fora”; isto é, a análise da natureza e do significado do material fatual.
Os três níveis relacionam-se e constituem instrumentos intermutáveis de uma técnica qualificada de “iniciática”.

II – O COMPLEXO CULTURAL NAGÔ 
Oyó, a capital do reino yorubá;
Os Ketua implantaram com maior intensidade sua cultura na Bahia;
Grupos provenientes do sul e do centro de Daomé e do sudoeste da Nigéria, são de uma região que se chama Yorubá; no Brasil, Nagô.

III – SISTEMA DINÂMICO
Axé: força que assegura a existência dinâmica que permite o acontecer e o devir. Sem axé, a vida estaria paralisada, desprovida de toda possibilidade de realização. É o princípio que torna possível o processo vital.
Pode diminuir ou aumentar através das atividades e conduta dos rituais;
Pode ser agrupado em três categorias:
1) Sangue vermelho: 
Reino animal: corrimento menstrual, sangue humano ou animal;
Reino vegetal: azeite de dendê, mel, sangue das flores;
Reino mineral: cobre, bronze.
2) Sangue branco:
Reino animal: sêmen, saliva, hálito, secreções, plasma;
Reino vegetal: seiva, sumo, álcool e as bebidas brancas extraídas das palmeiras e de alguns vegetais, manteiga vegetal;
Reino mineral: sais, giz, prata, chumbo.
3) Sangue preto
Reino animal: cinzas de animais;
Reino vegetal: o sumo escuro de certos vegetais;
Reino mineral: carvão, ferro.
O axé de um terreiro, é um poder de realização, transmitido através de uma combinação particular, que contém representações materiais e simbólicas de branco, vermelho e preto, do aiyé e do orum.

IV – SISTEMA RELIGIOSO E CONCEPÇÃO DO MUNDO: AYÉ E ORUM
Aiyé: universo físico concreto e a vida de todos os seus naturais que o habitam: humanidade.
Orum: espaço sobrenatural, o outro mundo, vastidão ilimitada. Habitado por seres ou entidades sobrenaturais.
Mundo paralelo ao mundo real que coexiste com todos os conteúdos deste. Cada indivíduo, cada árvore, animal, cidade, possui um duplo espiritual e abstrato no orum. Ou, ao contrário, tudo o que existe no orum tem suas representações no aiyé.
A lama, matéria prima, e os três elementos signos que simbolizam os três sangues – branco, vermelho e preto – contidos no IG-BÉ-DU, estão representando igualmente a complementaridade dos três princípios ou forças que constituem o universo e tudo o que existe.

Iwá: princípio da existência;
Axé: princípio da realização;
Àba: princípio que induz, que permite as coisas de terem orientação, de terem direção ou objetivo em um sentido preciso.

V – O SISTEMA RELIGIOSO E AS ENTIDADES SOBRENATURAIS: OLORUM E OS IRUNMALÈ
Olorum, o rei do Orum, é o detentor dos três poderes/forças, tanto no aiyé quanto no orum.
Irunmale (lado direito): entidades divinas cuja existência remonta aos primórdios do universo.
Igba-iwá-sè: nos tempos em que a existência se originou e cujos axé e domínio de ação foram transmitidos por Olorum.
Irunmale (lado esquerdo): ancestrais, espíritos de seres humanos.
Obatalá ou Oxalá: elemento fundamental do começo dos começos; deu origem as novas formas de existência, à protoforma e à formação de todos os tipos de criaturas no aiyé e no orum.
Funfum: entidades que manipulam e dominam a formação dos seres deste mundo – os ará aiyé -  e dos seres do além.
Iwin: espíritos que residem em algumas árvores sagradas. Estas são paramentadas com uma tira de pano branco.
Iròkò: árvore proeminente entre todas as outras.
As árvores estão associadas a igba iwá sè – o tempo quando a existência sobreveio.
Olori-egum: o cabeça das ancestrais masculinos.
Branco: representa a criação, nascimento de seres naturais, a relação com os ancestrais, a existência genérica no aiyé e orum e constitui um dos três elementos que participam na formação de tudo o que existe; a passagem, transformação, a morte e o nascimento simbólicos ou rituais.
Eborá: espíritos que vivem nas florestas.
Egungum: alma dos antepassados, os irunmolé.
Odudua: orixá que criou a terra e os seres vivos.
Oxum: patrona da gravidez, está ligada ao corrimento menstrual ao sangue vermelho.
Ossain: patrono da vegetação, das folhas e de seus preparados. O “sangue” das folhas, que traz em si o poder do que nasce, pode ser múltipla e utilizada para diversos fins. Cada folha possui virtudes que lhe são próprias e misturadas a outras, foram preparações medicinais ou mágicas de grande importância nos cultos, onde nada pode ser feito sem o uso das folhas. É um dos axés mais poderosos, em combinações apropriadas, simbolizam qualquer ação ou ritual.

VI – O SISTEMA RELIGIOSO E AS ENTIDADES SOBRENATURAIS: OS ANCESTRAIS 
Pertencem a categoria diferentes: os orixás (entidades divinas), estão associados à estrutura da natureza, do cosmo; os ancestrais (espíritos dos seres humanos), à estrutura da sociedade.

Orixás:
Representam um valor e força universal;
Interiorizam no ser humano, elementos da natureza e sua pertença a uma ordem cósmica;
Regulam as relações do sistema como totalidade.

Eguns:
Representam um valor restrito a um grupo familiar ou a uma linhagem;
Interiorizam a sua pertença a uma estrutura social limitada;
Regulam as relações, a ética, a disciplina moral de um grupo ou de um segmento.
Assentado: significa sentados; derivado do termo assento – idi – representação simbólica e lugar de veneração de toda entidade sobrenatural. “Assentar”, significa plantar e consagrar o “assento” e “assentado” e o seu particípio passado: estar “assentado”, estar plantado, consagrado.

Casas que cultuam Egun no Brasil: só existem duas atualmente.
Ilé – Agboula: ilha de Taparica (mais antigo)
Ilé – Oyá: (mais novo)

Culto a Egungum
Objeto primordial consiste em tornar visíveis os espíritos ancestrais, manipular o poder que emana deles e em atuar como veículo entre os vivos e os mortos;
Mantém estrito controle das relações entre vivos e mortos;
É em um espaço chamado de Igbale que os Ojè invocam os eguns.

VII – PRINCÍPIO DINÂMICO E PRINCÍPIO DA EXISTÊNCIA INDIVIDUALIZADA NO SISTEMA NAGÔ 
Exu é um elemento constitutivo, na realidade, o elemento dinâmico, não só de todos os seus sobrenaturais, como também de tudo o que existe.
Cada ser humano tem o seu próprio exu.

VIII – O TERCEIRO ELEMENTO E OS RITOS PRIORITÁRIOS 
1º rito prioritário: Radé, significa reunião.
Celebrado no início das cerimônias públicas e com derramamento de sangue de um quadrúpede ou seu equivalente.
Só podem assistir as pessoas pertencentes ao terreiro ou visitantes de qualidade excepcional.

terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Santo Guerreiro - Ventos do Norte, de Eduardo Spohr



Sem enrolação, vamos direto ao assunto. Primeiro, a minha opinião. Gostei e achei a obra bem contida e detalhista, esperando a hora certa para revelar a sua história, em determinados pontos ao decorrer da leitura.

Vou aproveitar o gancho do livro e dizer sobre o que ele se trata, sem levantar spoilers. Ventos do Norte se passa cerca de trezentos anos depois da Batalha de Teotoburgo, em um período em que o Império Romano já encontrava em franco declínio. 

Um dos objetivos do autor, como ele próprio afirma na obra, foi mostrar como as invasões bárbaras e o cristianismo contribuíram para a queda de Roma. A outra foi explorar o cotidiano das legiões, a vida dos soldados nos acampamentos e sua relação com a população civil.

Na minha opinião como leitor, ele conseguiu retratar muito bem. Sempre tive curiosidade em saber como era a sociedade nesta época, como viviam, o que faziam, a vida pública, a relação entre o Estado e o povo, enfim, a vida na Antiguidade.

História

A obra se propõe a continuar a contar a trajetória de Georgios agora como um tribuno militar da Trigésima Legião de Trajano, localizada na Colônia Úlpia Trajana, na qual sua base era em Castra Vetera.

Sua posse não demora muito e ele já tem problemas a enfrentar, com o pessoal da marinha e depois contra os francos, na Fronteira do Reno. Gostei dessa parte porque foi bem detalhada, de modo que os romanos precisaram fazer acordos com os bárbaros, para defender suas fronteiras e percebendo que nem todas as tribos germânicas eram aliadas, muito pelo contrário, utilizaram esse ponto para avançarem nas linhas inimigas. Além do mais, em determinados trechos, dando aquele toque de sutilidade mística, a obra aborda a morte de Laios, uma dúvida que permeia todo o objetivo de Georgios, desde Roma Invicta, que pelo jeito, ficará para o último livro. A obra ainda fala sobre a relação dos Tetrarcas e a conspiração para matar Georgios e Constantino.

Coerência

Eduardo transmitiu a mensagem que queria e foi coerente na maneira que escreveu. Colocou tudo no seu devido lugar e fechará com chave de ouro no último livro. Achei legal as cartas que Constantino trocara com sua mãe, Helena e Eusébio, antes de iniciar os tomos, contando a história que se passaria a seguir. Foi uma forma muito legal de não se perder ao meio de tantos personagens e eventos.

Escrita

Resumindo, a linguagem do livro é fluída e rápida de ler. É claro que tem palavras que não conhecemos, então eu sempre estava com um dicionário para ver o significado e no google, para saber onde ficavam as localizações do livro.

Aprendizado

É evidente que com o livro, você volta ao passado e tenta imaginar como era a vida na antiguidade. Porém, mais do que isso, de uma forma mais técnica, como essa época foi crucial para o destino de Roma e suas províncias. Já não era mais a Roma de Júlio César e de Augusto, com a religião politeísta e e suas leis, agora os romanos precisariam se aliar a tribos para manter o seu império e aceitar o cristianismo, por bem ou por mal. A pureza romana já não mais existia e tentar voltar com as mesmas práticas, não era uma boa ideia.

Talvez, se Trajano não expandisse tanto - não havia essa necessidade - provavelmente o império duraria muito mais. Mas o desgaste tanto físico quanto mental de lutar durante décadas contra os germânicos, acredito que foi decisivo para a queda.

Como sempre, o poder, o ego, a ganância, são fatais para homens e mulheres que desejam sempre estar no topo do mundo, como deuses, sendo adorados. E isso não foi diferente com o Império Romano, que ainda lutou até o fim dos seus dias, para trazer a glória de um passado esquecido.

LINKS


OUTRAS RESENHAS

>> "O Alquimista", de Paulo Coelho
>> "O Sublime Peregrino", de Hercílio Maes

sábado, 14 de maio de 2022

Mar, belo mar selvagem

 



PALAVRAS AO MAR


 Mar, belo mar selvagem

 Das nossas praias solitárias! Tigre

 A que as brisas da terra o sono embalam,

 A que o vento do largo eriça o pêlo!

 Junto da espuma com que as praias bordas,

 Pelo marulho acalentada, à sombra

 Das palmeiras que arfando se debruçam

 Na beirada das ondas - a minha alma

 Abriu-se para a vida como se abre 

A flor da murta para o sol do estio.

 

Quando eu nasci, raiava

 O claro mês das garças forasteiras:

 Abril, sorrindo em flor pelos outeiros,

 Nadando em luz na oscilação das ondas,

 Desenrolava a primavera de ouro;

 E as leves garças, como olhas soltas

 Num leve sopro de aura dispersadas,

 Vinham do azul do céu turbilhonando

 Pousar o vôo à tona das espumas...

 

 É o tempo em que adormeces

 Ao sol que abrasa: a cólera espumante, 

Que estoura e brame sacudindo os ares,

 Não os saco de mais, nem brame e estoura;

 Apenas se ouve, tímido e plangente,

 O teu murmúrio; e pelo alvor das praias,

 Langue, numa carícia de amoroso,

 As largas ondas marulhando estendes...

 

 Ah! vem daí por certo

 A voz que escuto em mim, trêmula e triste,

Este marulho que me canta na alma,

 E que a alma jorra desmaiado em versos;

 De ti, de tu unicamente, aquela

 Canção de amor sentida e murmurante

 Que eu vim cantando, sem saber se a ouvia,

 Pela manhã de sol dos meus vinte anos.

 

 O velho condenado, ao cárcere

 das rochas que te cingem!

 Em vão levantas para o céu distante

 Os borrifos das ondas desgrenhadas.

 Debalde! O céu, cheio de sol se é dia,

 Palpitante de estrelas quando é noite,

 Paira, longínquo e indiferente, acima

 Da tua solidão, dos teus clamores...

 

 Condenado e insubmisso

 Como tu mesmo, eu sou como tu mesmo

 Uma alma sobre a qual o céu resplende

 - Longínquo céu - de um esplendor distante.

 Debalde, o mar que em ondas te arrepelas,

 Meu tumultuoso coração revolto

 Levanta para o céu como borrifos,

 Toda a poeira de ouro dos meus sonhos.

 

 Sei que a ventura existe,

 Sonho-a; sonhando a vejo, luminosa.

 Como dentro da noite amortalhado

 Vês longe o claro bando das estrelas;

 Em vão tento alcançá-la, e as curtas asas

 Da alma entreabrindo, subo por instantes... 

O mar! A minha vida é como as praias,

 E o sonho morre como as ondas voltam!

 

 Mar, belo mar selvagem

 Das nossas praias solitárias! 

Tigre de que as brisas da terra o sono embalam,

 A que o vento do largo eriça o pêlo!

 Ouço-te às vezes revoltado e brusco,

 Escondido, fantástico, atirando

 Pela sombra das noites sem estrelas

 A blasfêmia colérica das ondas...

 

 Também eu ergo às vezes

 Imprecações, clamores e blasfêmias

 Contra essa mão desconhecida e vaga

 Que traçou meu destino... Crime absurdo

 O crime de nascer! Foi o meu crime.

 E eu expio-o vivendo, devorado

 Por esta angústia do meu sonho inútil.

 Maldita a vida que promete e falta,

 Que mostra o céu prendendo-nos à terra,

 E, dando as asas, não permite o vôo!

 

 Ah! cavassem-te embora 

O túmulo em que vives - entre as mesmas 

Rochas nuas que os flancos te espedaçam, 

Entre as nuas areias que te cingem... 

Mas fosses morto, morto para o sonho,

Morto para o desejo de ar e espaço,

E não pairasse, como um bem ausente,

Todo o infinito em cima de teu túmulo!

 

 Fosse tu como um lago, 

Como um lago perdido entre as montanhas: 

Por só paisagem - áridas escarpas, 

Uma nesga de céu como horizonte... 

E nada mais! Nem visses nem sentisses 

Aberto sobre ti de lado a lado 

Todo o universo deslumbrante - perto

Do teu desejo e além do teu alcance!

 

 Nem visses nem sentisses 

A tua solidão, sentindo e vendo 

A larga terra engalanada em pompas 

Que te provocam para repelir-te; 

Nem buscando a ventura que arfa em roda, 

A onda elevasses para a ver tombando, 

- Beijo que se desfaz sem ter vivido, 

Triste flor que já brota desfolhada...

 

 Mar, belo mar selvagem! 

O olhar que te olha só te vê rolando 

A esmeralda das ondas, debruada 

Da leve fímbria de irisada espuma... 

Eu adivinho mais: eu sinto... ou sonho 

Um coração chagado de desejos 

Latejando, batendo, restrugindo

Pelos fundos abismos do teu peito.

 

 Ah, se o olhar descobrisse 

Quanto esse lençol de águas e de espumas 

Cobre, oculta, amortalha!... A alma dos homens 

Apiedada entendera os teus rugidos, 

Os teus gritos de cólera insubmissa,

Os bramidos de angústia e de revolta

De tanto brilho condenado à sombra,

De tanta vida condenada à morte!

 

 Ninguém entenda, embora, 

Esse vago clamor, marulho ou versos, 

Que sai da tua solidão nas praias, 

Que sai da minha solidão na vida... 

Que importa? Vibre no ar, acode os ecos

E embale-nos a nós que o murmuramos...

Versos, marulho! Amargos confidentes

Do mesmo sonho que sonhamos ambos!


do livro Poemas e Canções, de Vicente de Carvalho, o Poeta do Mar

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

O Mago e o Bruxo do Cosme Velho



Já faz um tempo que queria fazer um post sobre esses dois autores, de épocas tão diferentes, mas muito parecidos na questão da simplicidade e brevidade das palavras.

Em minhas palavras, são os maiores expoentes da literatura brasileira.

Mas porque, para mim, esses dois escritores são tão famosos?

Em meu ponto de vista, eles tocaram em pontos tão importantes como a despretensão rotineira da vida cotidiana brasileira do Rio de Janeiro nos finais dos 1800, e a busca pela felicidade pessoal por um pastor de ovelhas, mas ao mesmo tempo sem escapar da sua realidade.

Mas há um outro aspecto muito importante que reúne esses dois autores: a  religião. 

Estudiosos se esforçaram para entender se Machado tinha uma religião, muitos acreditavam que era um niilista, outros, ateu, e uma grande maioria, cristão. Mas talvez seja por isso mesmo, essa dificuldade em encontrar um caminho (e acho que ele fez sucesso nesse ponto) de abranger todas elas e respeitá-las de uma tal maneira, que colocou elas em praticamente todos os seus livros. A religião não era tão forte quanto a literatura, pois era muito fechada, diferente da escrita, que não há limites para ela.

No conto "O Alienista", o autor trata de psicologia e personalidade, outro ponto característico em suas obras

Por outro lado, temos Coelho, que expande a todo momento a sua profunda relação com o misticismo e o oculto. A história, outra marca que existe nos livros dele, como em "Manuscrito encontrado Accra", ou "A Espiã", são marcantes e captam realidades que muitos nem imaginavam que exista, questionamentos feito a todo instante e peculiaridades sobre a vida de Mata Hari.

Em "A Espiã", Coelho retrata em particularidades a vida de Mata Hari

Confesso que não li todos os livros deles, mas li os principais e acho que sei o porque tocaram e ainda tocam o coração e mente de milhares de pessoas mundo afora.

Mas essas perguntas, para tirar bem a dúvida, quem sabe farei a eles quando eu os encontrar em algum ponto onde a lua reflete as ondas. Por enquanto nós seguimos. Por enquanto, deixa pra lá.


LINKS

>> Compre A Espiã

>> Compre O Alienista

>> Conheça o site do escritor Paulo Coelho

>> Visite a página do escritor Machado de Assis

Outras resenhas

>> O Alquimista, de Paulo Coelho

>> O Sublime Peregrino, de Hercílio Maes


Autógrafos com Eduardo Spohr



Os vídeos acima foram das sessões de autógrafos em que participei.


"Hoje qualquer pessoa pode publicar e ser lida", Eduardo Spohr


Eu fui em praticamente todas as noites de autógrafos quando morava em Curitiba desse escritor, que é um dos meus preferidos da atualidade. 

A Batalha do Apocalipse foi o best-seller e aí por diante, vieram a trilogia Filhos do Éden e Santo Guerreiro (essas duas páginas eu fiz no site Wikipédia), e com esses lançamentos, consagrou-se realmente como um dos principais autores ficcionais do Brasil no século XXI. 

O autor é muito acessível e mantém um minipod toda semana com o Thiago Cabello e responde as perguntas dos fãs num grupo do Telegram.

Abaixo algumas fotos com a fera e o nerd Azaghal em 2015.







Aqui em 2010

Eu com o Azaghal e Jovem Nerd - 2013

Aqui em 2013

>> Acesse o blog Filosofia Nerd e conheça mais sobre o autor.
>> Canal do Telegram.
>> Conheça o Jovem Nerd.
>> Minhas páginas criadas no Wikipédia (Filhos do Éden) e (Santo Guerreiro)

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

"O Alquimista", de Paulo Coelho

 

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Sinopse:

O alquimista é a mágica história de Santiago, um menino pastor andaluz que anseia por viajar em busca do tesouro mais magnífico do mundo. De sua casa na Espanha ele parte para os mercados do Tânger e através do deserto egípcio para um encontro do destino com o alquimista. A história dos tesouros que Santiago encontra ao longo de sua jornada nos ensina, como poucas histórias fizeram, sobre a sabedoria de escutarmos nossos corações, aprendendo a ler os sinais que aparecem ao longo do caminho de nossas vidas e, acima de tudo, a seguir nossos sonhos.

"O Alquimista", de Paulo Coelho. Fala do pastor de ovelhas, Santiago, que vai atrás de um tesouro escondido entre as pirâmides do Egito. O que mais gostei na história foi como isso se converteu na busca da própria Lenda Pessoal dele. Os personagens que ele encontra durante essa jornada, ajudam mais ele a ver outros tesouros, além dos materiais.

Recomendo para quem realmente gosta do estilo do autor, assim como eu, e as mensagens de auto ajuda, que são características dele nas suas obras.

Abaixo o mago fala o aniversário em 2014:


Veja a página no Wikipédia